Historia
Fundado por Francisco Caldeira de
Castelo Branco no dia 12 de janeiro de 1616, o Forte do Presépio é o marco
inicial da colonização da Amazônia por Portugal e que, mais tarde, daria origem
à cidade de Belém. Originalmente, o Forte consistia apenas em duas paliçadas de
pau-a-pique em cujo interior foram construídas umas poucas instalações,
inclusive uma capela, dedicada a Nossa Senhora das Graças. Esta configuração
permaneceria a mesma até ao final da rebelião tupinambá comandada por Guaimiaba
em 1619 quando, avariado pelos combates, passou por sua primeira reforma.
Coordenada pelo capitão Ayres de Souza Chichorro, a paliçada foi reconstruida,
além de ter sido confeccionado um portão de pedra para a fortaleza cujas lajes
este zeloso oficial foi pessoalmente buscar, por terra, ao Maranhão.
Ao longo de quase quatro séculos
de história, o Forte foi reconstruido e reformado inúmeras vezes. Durante o
século XVII, passou por momentos de extrema decadência, ora tomado pelo mato
(1668), ora com a ruína de suas muralhas e instalações (1638) ou mesmo sofrendo
com a falta de munições e artilheiros (1647). No início do século XVIII a
situação não foi muito diferente. Em ruínas em 1721, o rei D. João V ordenou
sua restauração. Contudo, esta começaria somente em 1728, tendo como
encarregado o engenheiro Carlos Varjão Rolim. Na segunda metade deste mesmo
século, foi estabelecido em suas dependências um precário hospital militar
depois transferido para uma residência particular em 1768. Esta, depois de
reformada pelo arquiteto Antonio Landi, daria origem ao casarão onde hoje está
localizado o Espaço Cultural Casa das Onze Janelas.
Durante o século XIX, o Forte foi
palco de importantes acontecimentos da história de Belém, como a Cabanagem
(1835). Apesar de ter ficado em ruínas na época da eclosão da revolta, os
cabanos, conscientes de sua importância estratégica, o tomaram como um dos
pontos-chave da luta. Profundamente deteriorado após os combates, o Forte só
passaria por nova reforma no período de 1848 a 1854. Em 1877, por ordem do
Duque de Caxias, o então Ministro da Guerra, o Forte foi “desartilhado”
passando a função de arsenal de guerra e enfermaria. Com a extinção do arsenal
em 1899, o Forte ficou abandonado até ser cedido, em 1907, à companhia inglesa Port of Pará, encarregada de
construir o porto de Belém. Restituído às autoridades militares em 20 de
novembro de 1920, o Forte permaneceria sob a jurisdição do Exército Brasileiro
até 2001 quando o Governo do Estado do Pará conseguiu sua alienação visando à
realização da terceira etapa do Projeto Feliz Lusitânia. Desta intervenção –
amparada em pesquisas históricas, arquitetônicas e arqueológicas – resultou o
Museu do Forte do Presépio e sua exposição de longa duração, localizada no
antigo corpo da guarda, hoje rebatizado como Museu do Encontro.
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