Praça do Relógio anos 50
“Relógio - Um relógio monumental, um
verdadeiro regulador do movimento e da vida urbana vae ser montado na praça
Pedro II (largo de Palacio), ou mais precisamente, no quadrilatero limitado
pela avenida 16 de Novembro, ruas Predro Rayol, Marquez de Ponbal e Doca do
Ver-o-Peso...”
Fragmento
extraído do relatório apresentado ao Conselho Municipal de Belém, em sessão de
20 de maio de 1930, pelo intendente de Belém, Senador Antonio de Almeida
Faciola.
A Praça
Siqueira Campos, no centro comercial de Belém, foi inaugurada em 5 de
outubro de 1931, para homenagear um dos dezoito revolucionários paraenses
heróis do Forte de Copacabana. Na memória cultural histórica
da cidade das mangueiras, o monumento que ornamenta a praça,
atualmente conhecida como Praça do Relógio, foi encomendado pelo Intendente de
Belém, Antonio Faciola, no início de 1930, durante o governo de Eurico de
Freitas Valle, conforme mensagem apresentada ao Congresso Legislativo do Pará.
O local escolhido
para a construção da praça era um terreno baldio conhecido como Praça dos
Aliados, após demolição do prédio onde deveria funcionar a Bolsa de Valores, no
período áureo da borracha (anos 10 do sec. XX). Anterior a tudo isso, no lugar
existia a embocadura do igarapé do Piri. Hoje o endereço é conhecido por todos
como um quadrilátero que compreende a Travessa Marques de Pombal, Rua Pe.
Champagnat, Av 16 de Novembro e a doca do Ver-o-peso. O monumento que deveria
decorar a praça seria de um relógio a ser instalado no alto de uma elegante
torre de ferro, de doze metros de altura, com decoração que indicasse os pontos
cardeais e quatro medalhões simbolizando as quatro estações do ano escritas em
italiano, mostrador com iluminação noturna e sirene elétrica que deveria tocar
às 8h, 12h e 18h.
Apesar de
constar nos documentos oficiais (a requisição do relógio à empresa inglesa
Walters Macfarlaine & Companhia), hoje, podemos verificar na torre que
sustenta a peça uma placa indicando fabricação feita pela empresa, J. W. Benson
Ltda. Encontramos registros não oficiais que afirmam também que o relógio foi
fabricado pela empresa J. W. Benson Ltda e trazido ao Brasil pela Walters
Macfarlaine & Companhia.
Nenhum
documento oficial foi encontrado para esclarecer a divergência. Compondo o belo
visual da praça, acompanham quatro postes ferro com belas luminárias, porém
mais antigos. Foram fabricados pela Macfarlaine em 1893. Durante a revolução de
1930, Eurico Valle e Antonio Faciola foram depostos, não podendo inaugurar a
obra. No entanto, o evento aconteceu, grandioso, proporcionando à Belém o
charme europeu. Na ocasião fizeram-se presentes o major Joaquim de Magalhães
Cardoso Barata, Governador do Pará, e o Padre Leandro Pinheiro, intendente de
Belém. A Praça Siqueira Campos, ou Praça do Relógio, já recebeu várias
restaurações no decorrer dos anos, na restauração feita em 1988 o relógio
voltou a funcionar regularmente; em 1994 a praça recebeu outra revitalização,
desta vez exibindo novas cores no relógio e nos postes, como resultado do
projeto de “Valorização Cromática dos Elementos em Ferro” das praças de Belém,
realizado pela Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel). Mesmo não se
ouvindo mais o toque da sirene e nem vendo seus ponteiros luminosos à noite, o
relógio inglês continua a orientar os belenenses que percorrem todos os dias
aquelas ruas no ritmo acelerado do trabalho. A belíssima praça integra o centro
histórico de Belém e foi tombada pela lei federal de 09/11/1977 e por lei
municipal de 30.03.1990. Compreende uma área total de 2.727,45m², 1.246,78m² de
área pavimentada e 1.480,67m² de área verde, no Bairro da Cidade Velha.
Informações
sobre o Relógio em resumo:
Solicitação:
O monumento foi encomendado
pelo intendente de Belém, senador Antonio de Almeida Faciola, no início de
1930, para homenagear um dos dezoito revolucionários paraenses heróis do Forte
de Copacabana.
Inicio: A encomenda é do início de 1930, sem data
específica.
Entrega
da obra: A inauguração da
praça é de 5 de outubro de 1931.
Significado: A obra é um relógio no cento de um
quadrilátero, feito em homenagem a Antonio de Silveira Campos, tenente paraense
morto na Revolução.
Material
utilizado: Ferro
Dimensões: 12 metros de altura L
Localização
da obra: em um quadrilátero
próximo ao Ver-o-Peso, que compreende a Travessa Marques de Pombal, Rua Pe.
Champagnat, Av 16 de Novembro e a feira do Ver-o-peso. Antes da praça, nesse
local foi construído o prédio em que funcionaria a bolsa de valores (anos 10),
porém foi demolido e posteriormente o local passou a chamar-se Praça dos
Aliados.
Nome
do Artista: De acordo com os
registros nos documentos pesquisados o relógio da praça foi uma encomenda feita
à empresa inglesa Walters MacFarlaine, mas o nome da empresa J.W. Benson também
aparece como fabricante na própria torre do relógio. Entendemos que as duas
empresas trabalharam na construção da obra, uma sendo responsável pelo relógio
e outra pela torre de ferro que sustenta o relógio.